Esta lógica (...) pode adotar diversas variantes:
a rígida piedade de quem faz tudo por "obrigação", como se tivesse uma dívida para pagar a Deus, quando Cristo na Cruz já redimiu qualquer dívida do homem a Deus, e o chamou para que devolva tudo por amor e agradecimento, não por causa de nenhuma dívida, ou por medo;
o temor de quem se sente sempre culpado e tem a sensação de nunca fazer o suficiente por Deus;
a mentalidade mercantilista do que calcula os seus méritos e mede os seus progressos, passando a vida à espera da recompensa de Deus, queixando-se quando as coisas não saem de acordo com as suas expetativas;
a atitude superficial de quem faz as coisas bem, com a sensação de estar "realizado", desanimando a seguir, ou revoltando-se, quando choca com os seus próprios limites;
a pequenez de espírito de quem mede tudo em função de prescrições (...): não faças, não gostes, não toques, em lugar de viver com o coração alargado pelo amor;
(...)
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G. Klimt |
(...) Viver de acordo com esta lógica da Graça cura-nos do orgulho (as minhas obras não são boas por serem minhas, mas porque Deus me dá a possibilidade de as realizar), e da desesperança, pois sejam quais forem as minhas falhas, posso sempre levantar-me recorrendo ao amor absolutamente gratuito e incondicional de Deus.»
(Jacques Philippe, La libertad interior, Rialp: 2014)
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