segunda-feira, 4 de junho de 2012

inteligência emocional

(...) «a fé não é uma intuição ou um sentimento tão profundo e complexo, que não admite enquadramento racional? Acontece, porém, que, como somos seres racionais, temos de racionalizar tudo. (...)

 Não temos mesmo outro modo de conhecer senão através da razão.
Sim, temos de «racionalizar» tudo, o que não significa reduzir a realidade aos limites da nossa inteligência, mas ordenar a inteligência de tal modo que seja capaz de receber, sem contradição, toda a realidade que se nos impõe.(...)

(...) toda a ciência, mesmo a que se refere em directo a Deus, exige abstracção, terminologia própria e lógica rigorosa.

O perigo está em esquecer que Deus é Amor, e que toda a lógica da Criação e da Redenção é uma lógica de amor. A frieza da especulação de S. Tomás de Aquino não o impedia de cantar o maravilhoso romance do amor de Deus, sobretudo nos seus inspirados hinos à Eucaristia.
Para dizer mais sucintamente: se não formos românticos, nunca seremos teólogos. Se a fé procura forçosamente o «intelecto», o intelecto deve procurar antes de mais o amor, para poder raciocinar rigorosamente, pois doutro modo nunca perceberia, sequer superficialmente, a razão de ser do mundo e da nossa Salvação. 

Seríamos como aquele que recebe um ramo de rosas e as analisa até ao ponto de saber tudo das suas pétalas, dos caules, dos espinhos, mas se esqueceu da questão principal - quem mas enviou? 

Talvez seja um cientista, mas será um cientista louco.» (...)

Hugo de Azevedo,  Celebração Liturgica


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